terça-feira, 1 de novembro de 2011

Intitulável.

   A sensação é de estar no limbo. Envolto pelos mesmos medos, pelos mesmos fantasmas. As mesmas coisas que deveriam ser superadas, voltando a tona, como se elas não tivessem sido superadas. A mesma criança morrendo em sua barriga, a mesma dor de garganta que segura o grito que já deveria ter saído. 
   A mesma raiva pela pessoa que deveria levar tiros em todas as articulações para parar de estragar vidas, e estilos de vidas que julga serem impróprias pelo seu falso -tremendamente falso- moralismo.
   A inconstância da falta de fé em deus, deuses, bruxas e fadas, que sempre serviam se auxílio. Estar no limbo é estar morto estando vivo. Se morrer é dormir, estar no limbo é ter um pesadelo. Vômitos manchando toda a casa de ódio e miséria de alma.
  A compra de armas e a troca de almas. O singelo e gracioso ar de decepção por saber que o futuro promissor agora é lenda. Boatos, difamações, estragos grandes de mais para que a falta de coragem os conserte. Falta coragem, e não falta luxuria. Falta coragem e não falta mesquinhez. Falta coragem e não faltamfalsosamigosfalandosempararsobrequemerdadedecisãoacertadavocêfezemlargarmãodealgoquevocêsabia








as lágrimas escorrem com mais velocidade que qualquer um pode segurar,e o texto fica incompleto com doses de interrogações madrugueiras. 
Não há como lidar com reticências na alma.

Rosemary Ferreira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Falar é que lhe resta, divirta-se!