terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sobre pessoas e pedestais.

Li algo no blog do Samuel, que me fez pensar e pensar e pensar sobre relações e afins. 
É tão engraçado quando as pessoas te dão um choque de realidade e te mostram que o mundo não gira em torno de você. (Ah não, seus lindos, bem de boa, vamos olhar pra dentro, pra como realmente somos, e só por alguns momentos, deixar a hipocrisia e a petulância de lado).
Passo tanto tempo pensando em como ganhar mais dinheiro, mais conhecimento, mais admiradores, mais amigos, mais... mais tanta coisa! Atualmente o mundo é feito de insatisfeitos, e deles sou a maior. Se é ruim? Não sei. Não sei mesmo. Mas me vi incomodada em prestar tanta atenção em mim e esquecer do resto. Que resto? Bom, olho tanto pro meu umbigo que não sei definir direito o que é o resto.
Passa-se tanto tempo se vestindo e se despindo para se afirmar, que o essencial, que na voz de Saint-exupéry é invisível aos olhos, acaba sendo deixado de lado. 
Em mim, já não sei mais o que é essencial. 
Nesse final de semana, aconteceu algo bastante curioso, que faço questão de contar: Eis que, depois de 6 anos de amizade, uma pessoa que eu considerava como irmão, pegou uma atitude (minha) aleatória, num contexto disléxico (se me permitem a descontextualização da palavras), em uma hora em que ele estava com raiva, e vendo as coisas turvas, e decidiu que eu não era quem ele imaginava, e que eu era agora, a menina má (não, seus lindos, não sou a vítima, nessa estória não tem vítima, no máximo desencontros). A questão que fica é: Se em todos esses anos, eu fui a melhor amiga, a parceira de tudão (by marczak) e afins, como em uma noite com pessoas alteradas isso pode mudar?
Começo a me perguntar se pedestais não são extramente cruéis, e se achar que o outro não possa errar, também não é extremamente cruel. 
Sempre me vi como uma garota falha, meio burra, e geralmente me cobro por ser perfeccionista e boba de mais. Sempre deixei claro tanta coisa. Não sou de dourar a pílula, porque não precisa. Então, se eu caí de um pedestal no qual eu não subi, no qual você me colocou, a culpa é de quem? E há culpados?
Esse é o ponto de volta sobre nossos umbigos e relação ambíguas {sim, eu escrevi isso, legal né?}: Passamos tanto tempo idealizando coisas e pessoas que sejam perfeitas pra nós, que esquecemos de amá-las. 





Um comentário:

  1. Interessante essa sua linha de raciocínio.

    Acabei de viver uma situação parecida (mas bem diferente, se é que ainda posso chamá-la de parecida...), onde coloquei uma pessoa num pedestal importante da minha vida. Me importei, cuidei, tratei, ajudei a se levantar, investi meu tempo e esforço e ela simplesmente me deu as costas de uma hora pra outra, alegando que nem ela sabia o porque, mas não poderia corresponder.

    Enfim, eu criei um pedestal para esta pessoa em minha vida. Ou melhor, eu me tirei dele, da minha direção principal. Eu me deixei de lado por alguém que não estava disposta a fazer o mesmo por mim. Me senti enganado, traído, ferido num primeiro momemento. Mas, se eu olhar com cuidado, quem colocou essa pessoa nesse pedestal da minha vida fui eu mesmo, não ela. Não foi ela que subiu lá, mas eu a coloquei. Engraçado isso, né?

    As vezes a gente dá tanta importância para o que se quer ver, que acaba esquecendo de ver como as coisas realmente são. É de nossa natureza criarmos pedestais eventualmente, que sirvam de ponto focal de nosso esforço e tempo. Mas isso não significa que esses pedestais não possam ruir, cair, ou mesmo não existirem, sendo apenas coisa da nossa cabeça.

    Não há como saber, não existe uma fórmula mágica ou uma teoria explicativa para não errar. Ou melhor, só errando que se aprende aonde não pisar para não cair mais.

    Amar é criar um pedestal na sua vida para outra pessoa, agora, se essa pessoa quer estar lá ou não, aí é outra história...

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