segunda-feira, 28 de maio de 2012

a foto veio com falha, mas acho que era pra ser assim.

Hoje é um dia tão denso, tão denso, que não sei mais como me comportar. Faço um papel que não quero fazer, nem deixar de fazer.
Estou descabida dentro de mim.

Só pra variar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

aquela umbigüidade.

O jeans rasgado.
Um jeans rasgado.
Um desafinar sem cor                                                            O desafinar sem cor.
O desatinar sem dor.
o
d
e
s
a
t
i
n
a
r

O sangue escorre lento desproporcional à velocidade que corre dentro da veia da veia da veia da aveia da aveia

Castanholas se tocam com as mãos voltadas pra dentro, uma quase de frente à outra. E ca re ti lha. Ca re ti lha. Ca re ti lha
Ca re ti lha
Ca re ti lha
Carre ti lha
Carreti lha
Carretilha CArretilha CARretilha CARRetilha CARREtilha CARRETilha CARRETIlha CARRETILha CARRETILHa CARRETILHA
O dedo do coração toca o tam.
Ca re ti lha TAM.
TAm
Tam
tam

Três notas tocadas e o véu se move.
se comove. 
Comove.
O moto continua perpétuo.





Lusco-fusco.
Destoa.
A toa. 
A tona.

O vir a tona me destoa me estraga me rasga me incompleta e torna seleto àquilo que aquele desfez. Ninguém refez. 
Ninguém. 

Gnomos Leprechauns e Dríades dançam em cima do caixão. Instigando Alice. Clair. 




quarta-feira, 16 de maio de 2012

eu li no jornal que solidão faz mal.

sabe quando você é criança e desenha um elefante, mas todo mundo que vê acha que é um chapéu?

Pois é. Ainda não decidi se sou a criança, ou se sou o elefante que parece um chapéu. Mas já percebi que não caibo - de novo - dentro de mim. Aquele monte de riscos aleatórios, aquela pintura que descolorirá, aquela sensação tortuosa. Sou a estrada que não leva a lugar nenhum. Nenhum mesmo. Ou melhor (?) sou a pessoa parada numa estrada de chão, em linha reta, que só pode ir pra frente ou pra trás e ainda assim não sabe onde ir. Ainda não cansei de estar de pé, pensando em qual direção seguir. 

Frustração não é bem a palavra. Desolação talvez seria.

Um dia ainda vou ser a senhora com o vestido mais bonito da festa, contando causos e historietas para os outros convidados, de todas as aventuras da minha vida, que agora ainda parecem apenas tragédias. 

Despertencer dói.

Não ter coragem de ir pra frente dói.
Não ter motivos pra ir pra frente, dói.

(não poder ouvir dói ainda mais)

Não é que eu queira desistir, é que simplesmente não sei de qual lado fica a continuação da estrada, e qual o lado por onde já passei. 

(titulo da postagem é essa música aqui http://www.youtube.com/watch?v=fJys0KnUT28)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

ainda.

tenho tanta coisa pra escrever. TANTA. Quero falar sobre mães, quero falar sobre minha família, quero falar sobre amores platônicos, quero falar sobre aprendizado, sobre comida, sobre fé, sobre dualidade, sobre escolhas, sobre machismo, sobre política, sobre agressão, quero pôr uma música, quero chorar por meio de palavras, quero fazer chorar.
Mas a confusão é tanta, que não consigo ordenar as coisas, começar do começo e identificar perfeitamente o meio. A minha incompletude veio para as palavras... E a única coisa que vale a pena agora, é olhar pro sol batendo na flor de ipê quer fica na garrafa de coca-cola 290ml em cima da minha mesa. 


Não achei nenhuma imagem que coubesse aqui. Se fosse uma folha de papel e estivesse com minhas canetas coloridas em mãos, certamente desenharia rosas vermelhas com cabos pretos. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sobre Potter, mais uma vez.

   E você percebe que sua vida é aquilo mesmo, e que os conflitos estão ali, e que você chora as vezes até demais.
   Revi hoje Harry Potter e a Ordem da Fenix. Enfim decidi qual a minha personagem favorita da série, e sim, é o Harry.
   Só hoje, depois de ter lido o livro umas duas vezes, depois de ter visto o filme umas cinquenta, percebi coisas que ainda não havia percebido. O medo que ele tem o tempo todo, o fato dele estar perdido o tempo todo, sabendo menos que o resto das pessoas, sendo jogado pra tarefas que ele não tem ideia da onde vai tirar forças pra concluir. Tendo 14 anos e a responsabilidade de se livrar do Véu da Morte, tentando privar os amigos de passarem pelas mesmas provações que ele, enquanto a grande maioria dos que o cercam acham que ele não quer privar ninguém, mas quer ir sozinho para ter glória. Glória que ele nunca quis, glória que pra ele nunca fez falta. Glória que ele trocaria, fácil assim, por uma mãe, um pai, um padrinho e uma vida bem tranquila em Hogwarts, ou nem tão tranquila assim, lutando contras as Trevas, mas junto com sua família de sangue, não somente com a que ele construiu...
   Harry me ensinou que ter medo é normal, que ter medo nos faz pensar duas vezes, e que matar a Belatrix não te faz forte, só te faz tão nada quanto ela. 
   Não são, realmente não são, as semelhanças com aquilo que nos corroê que devem prevalecer, mas aa diferenças, aquilo que nos leva pra luz, aquilo que nos distingue do lobo que há em nós mesmos, que deve sair vencedor desta eterna batalha entre luz e trevas.
   Harry não seria o mesmo se não tivesse amigos. Harry não seria Harry se não tivesse o Ron sendo tão irmão, sentindo invejinha, ficando com ciúme, sentindo raiva, abraçando, protegendo, guardando e amando tão incondicionalmente. Harry não seria Harry se não pudesse ancorar em Dumbledore quando precisava, ou em Minerva, e por pouco tempo, mas intensamente, em Sirius. As vezes as pessoas vêm pra ficar pouco tempo mesmo com a gente, mas nesse pouco tempo, fazem toda a diferença, e nos obrigam a amar compulsivamente, e nos forçam a entender que um minuto verdadeiro é melhor que anos de convivência em superficialidade.
   Fico pensando quantas vezes mais vou escrever sobre Harry Potter. Quantas vezes mais vou ver um filme,que vai me lembrar que as trevas estão sempre aí, mas as escolhas são sempre nossas. Sempre. Quantas vezes mais eu vou ver Harry Potter e vou comparar as personagens à pessoas do meu dia-a-dia, me espelhando na fantasia, transpondo-a pra realidade(?) tão impalpável das nossas vidas...