terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Apenas verdades.

Não sou o que se pode chamar de pessoa palatável.
Não sou mesmo.
Poderia ser mais doce, mais dócil, mais amável.
Mas não sou. Não sou por vários motivos. Deixei de ser tão amável, com 19 anos, na primeira vez que tomei na cara de verdade. Aquele tapa homérico. Depois disso, só venho... endurecendo (talvez não seja uma boa palavra, mas é a que eu sei usar).
Geralmente, me chamam de arrogante, ou dona da verdade, ou qualquer bobagem assim. Realmente não ligo. Não mais. Estou cansada.
Realmente cansada.
Cansada de me vender por tão pouco, cansada de trabalhar pra enriquecer patrão, de não vestir o que quero, ou andar como quero, pra não ofender a sociedade.
Mais ainda!
Acho que estou absurdamente cansada de respeitar e procurar entender a opinião alheia, enquanto grande parte das pessoas apenas me agride, sem procurar me entender.
Não, não é vitimismo. Não é mesmo.
É apenas saudade de coerência. Na verdade, acho que esta introdução toda confusa, é apenas saudade de coerência.
Reclama que a vida é uma droga, que o casamento é uma droga, que a educação dos filhos é uma droga. Não faz absolutamente nada pra melhorar. Me pede conselho, me pede receita, me pede axé, dou isso tudo até onde me cabe, aí vai lá, faz tudo ao contrário, ou pior, não faz nada... E continua no mesmo pé que estava antes...
Mudar dói. Não é fácil, não é gostoso, não é sorvete de morango. Incomoda. Irrita. Afasta pessoas. Mas é assim que tem que ser. E é assim que tem que ser, porque só sendo muito medíocre mesmo pra querer ficar no mesmo lugar para sempre.
Agora tenho ficado cada vez mais quieta, e só vou responder, ou interagir, quando realmente sentir vontade, necessidade, até. Gastar energia pra tentar ajudar quem não quer sair do lugar, não mais. Não de novo. Não ainda.
Um querido amigo, de muita sabedoria e muita luz, disse uns dias atrás: "às vezes, ser bom não é fazer o bem", e explicou: "Quando se faz o bem pensando no outro, ajudando, correndo atrás pelo outro, se doando, não é necessariamente ser bom. Fazer o bem, às vezes, é deixar que o outro sofra, que aprenda sozinho, que se perceba, que perceba os próprios erros. Cada um tem seu próprio caminho evolutivo, e seus próprios erros e acertos para superar." E é isso. Me limito, cada vez mais, nas minhas palavras. Me incomodo, cada vez mais, com meus próprios problemas, que não são grandes nem pequenos, mas são meus. Egoísmo?  Não. amor-próprio, e diga-se de passagem, auto-preservação.