quarta-feira, 13 de junho de 2012

não ser.

Tocaria, se possível, o coração de cada um hoje.
De primeira instância, para que todos sentissem a angústia que eu não estou dando conta de segurar sozinha. Depois, a serenidade que eu gostaria de passar.
Meus problemas são um nada perto da insegurança que cresce, cresce, cresce.
Bulimia voltou, mas já tá sendo mandada embora, porque o tempo de Miar já acabou, e pelo amor de Deus, eu preciso sair desse ciclo.

Se eu pudesse achar um vídeo ou um gif perfeito pro momento, seria algo com várias fitas compridas de cetim, em tons de vinho e vermelho, dançando sobre corpos quase inertes.

Um beijo de dementador cairia bem. Tão bem quanto pudesse cair.

Volto a ser o mesmo. mesmo. mesmo. 

Hoje vou me permitir desabar, amanhã passa. Amanhã volto nova. Prometo. Pra mim.

terça-feira, 5 de junho de 2012

de fazer rodeios, de me beijar os seios.



Chico Buarque
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz


segunda-feira, 4 de junho de 2012

ASSASSINATO VESPERTINO

Quando eu criei esse blog, estava com a mesma sensação que estou agora. Um misto de raiva, um misto que vontade, uma pitada de dessabor e a sensação de borboletas no estômago sendo derretidas pelo ácido gástrico.
Assassinato vespertino não é só um nome, é um desejo. É um: POXA, QUE DROGA.

Não, por favor. Pela metade não. Só um pouco, não. Ou você se joga, corre todos os riscos e vê no que dá, ou fica em casa, quieto, aprendendo com o silêncio. Mas pela metade é burrice. É maldade. É covardia.

Insisto: Se assumam. Não pra mim, não pra que eu veja vocês inteiros, pq eu já vejo e isso é outra estória. Assumam pra vocês. Tomem as rédeas das próprias vidas. E aqui vai a indireta: não pague de malvadeenho, se tudo o q vc quer é ligar, é ir atrás, é ser ciumento, é pagar pra ver. Perde-se tempo demais, vida demais, sentindo superficialmente.

Assassinar palavras a tarde tende a me lavar a alma.

Lembrando que só se descobre se "ela é daquelas que tu gosta na primeira, se apaixona na segunda, e perde a linha na terceira" se tiver coragem de deixar que ela se mostre.


(palavras morrendo como se o ser lírico não tivesse que viver e se sustentar. palavras morrendo como se só dependesse delas o resto da vida. palavra renascendo tal qual encarnado que desencarna e volta.)


POÉTICA 

Estou farto do lirismo comedido 
Do lirismo bem comportado 
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. 

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. 

Abaixo os puristas. 
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais 
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção 
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis 

Estou farto do lirismo namorador 
Político 
Raquítico 
Sifilítico 
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. 

De resto não é lirismo 
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar &agraves mulheres, etc. 

Quero antes o lirismo dos loucos 
O lirismo dos bêbados 
O lirismo difícil e pungente dos bêbados 
O lirismo dos clowns de Shakespeare. 


Não quero saber do lirismo que não é libertação. 

Manoel Bandeira.