terça-feira, 30 de abril de 2013

38 milímetros.


Quem poderia imaginar o que se passava por trás daqueles óculos com aros brancos?
Aqueles óculos eram estranhos, tão amplos que lhe cobriam quase todo o rosto tão pequeno e tão manchado de sardas...

Era morena e tinha sardas. Os olhos eram grandes, ou imagino que eram, porque se não fossem, não lhe caberiam óculos tão absurdamente grandes. Então lhe imaginei olhos grandes, vivos e marrons, com formato amendoado, porque lhe cairia bem com o cabelo escuro.

Era um cabelo bem escuro, e despretensiosamente preso num coque; meio preso, meio solto. A franja caia pela frente da lente direita do enorme óculos branco.

Ela, parada ali no meio do mundo, tinha sua parcela de culpa: me chamava a atenção. Não sei porque ela fazia isso. Nunca fiz nada pra ela. O jeans azul, a camiseta preta e larga, o quase sorriso. Ela só estava parada ali, a megera. Cínica, olhando o mundo com aqueles olhos enormes e marrons escondidos pela lente verde daquele maldito óculos branco. Parada ali, com a mão na alça da bolsa, esquecendo todo o mal do mundo, me usando, a maldita.

Quis lhe estapear, correr até lá ela e meter-lhe a mão na cara, empurrar, chutar, sei lá, qualquer coisa que que fizesse aquela vaca se mexer e parar de mexer comigo. Três segundos ou três dias inteiros se passaram e ela ali, intacta. Comecei a imaginar pra ela todos os defeitos do mundo. Imaginei que ela vomitava pra emagrecer, que não transava porque era frígida, que não comia carne, que não fumava, que não conhecia nada de cinema nem sabia ler em inglês. Projetei na desgraçada todas as minhas frustrações, meus desejos perdidos, minhas manias sem lei, meus resumos inacabados.

Então a filha da puta sorri. De tudo o que a bruxa poderia fazer, ela sorri.

Quem aquele demônio pensa que é? Quem deixou que me encantasse desse jeito a maldita sangue-ruim?

Não resisti. Dei-lhe três tiros no peito. Foi pro chão a peste; os óculos brancos pro lado, a bolsa pro outro. 
O sangue escorrendo em volta deixou-a ainda mais bonita.

Morreu sorrindo, a ingrata.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Mamães e Papais.


Ou as mães estão cada vez mais desinformadas, ou mais relapsas, não pode ser.

O bebê mal tem dois meses, e já estão socando cházinhos nele. Gente, é ÓBVIO que ele vai tomar. Se vc colocar caldo de feijão na mamadeira, ele toma. Se colocar caldo de carne, ele toma também, com a mesma carinha feliz. O problema é que ele não tem estômago pra isso. Ele ainda tá em formação. Os órgãos dele NÃO ESTÃO PREPARADOS pra chazinho, papinha e essas bobagens. Dê o peito pra ele. Só o peito. Ele NÃO PRECISA de mais nada. 

Mãe, o seu leite é gordo, é rico em proteína, é rico em todos os nutrientes que o bebê precisa!

Isso vale para os nenéns maiorzinhos, que são entupidos de danoninho. Danoninho, mãe, é QUEIJO e não LEITE. E até os dois anos de idade, ele não tem fígado pronto pra processar queijo! Poxa vida.

As coisas evoluíram tanto, que é até pecado olhar pras mães que usam fralda de pano, e achar que elas são retrógradas. Retrógrada é vc, que usa fralda de plástico, que não deixa e pele do bebê respirar, que usa um monte de pomada que não seria necessária se a fralda não aquecesse tanto. TODOS os dias você lava a roupa do neném, qual o problema de lavar fraldas? Xixi, cocô, vômito e td aquela coisa passam pra roupinha do mesmo jeito. Mas qndo se fala em fralda de pano... "ai que nojo".

Sério, pesquisem mais, leiam mais, se interessem mais pela criação mais consciente dos filhos e filhas de vocês. Parem com os ciclos "descartáveis" ou de colocar os bebês nos carrinhos, ou bebê-conforto (que prejudica o desenvolvimento e a coordenação motora do bebê, já q foi feito APENAS para transportar o bebê no carro), ou mesmo de inserir alimentos DESNECESSÁRIOS nos filhxs de vcs!

Informação sobre criação, vocês têm de monte. Falta filtrar, e principalmente, pôr em prática.





segunda-feira, 8 de abril de 2013