segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre.

Estava há um bom tempo pensando nisso. Quem me conhece um pouquinho, bem pouquinho, fica meio desconcertado com o meu "não sorrir pra quem não quero". É feio, e "malinducado" as vezes, mas realmente não me sinto confortável pra ficar de sorrisinhos pra quem eu sei que não presta (ou pra quem o santo não bate, tipo um carinha aí que convivo por que ele é amigo de uma das minhas melhores amigas; quase não nos falamos, mas se um dia virarmos amigos, vai ser incrível, porque nunca existiu falsidade no nosso relacionamento, desgostamo-nos e pronto), ou para situações que sei também que não prestam. A mãe ensinou bem direitinho, e por nada vou deixar de cumprimentar, ou destratar ou algo assim, mas ficar de sorrisinhos, aaaahhh não. 
E esse posicionamento engloba muitas outras coisas, como por exemplo, as piadas machistas. Fui pra Marcha das Vadias, saí gritando pro povo ir pra rua contra o machismo, aí nego põe piadinha falando sobre mulher ser burra, transar com todo mundo, ou coisas do gênero e eu acho graça? Aí nego põe piadinha falando de pedofilia, estupro e eu rio achando que não tem nada de mais? Pow, peraí. Não, não tem nada a ver com não ter senso de humor, com não saber que uma piadinha disso ou daquilo não tem graça. Porque tem. É aí que entra o limite (o de cada um, não o meu). Sim, eu faço piada de viado, de preto, de pobre. MAS NÉ! eu me encaixo nessas classes! 
Uns meses atrás vi um moleque de uns 16 anos, vestindo uma camiseta com a estampa: "Não é pedofilia, foi ela que pediu...", e confesso que fiquei horrorizada. Enojada. Com medo. É, eu sei que foi super piadinha de "adolecil" que acha que tudo tem graça -todos tiveram essa fase- mas poxa, e se a mãe de um garotinho que foi molestado passa na frente desse menino e vê essa camiseta? E se uma menina de 18 anos que foi molestada pelo vizinho aos 4 anos de idade, e passou 10 anos fazendo tratamento com psicólogo vê isso? Todas as nossas ações, tem uma reação. Necessariamente. E um peso. Necessariamente. 
Sabe, eu trabalho/estudo/cuido da minha casa/pago minhas próprias contas sem -graças ao bom Deus- depender de papai ou de namorado, pra daí, um menininho de merda vir me dizer que minha minissaia é um condicional pra que qualquer um ache que eu tô loca pra dar. NÃO. Minha minissaia é usada porque eu tenho pernas bem bonitas que, enquanto não estão com pelancas e manchas e essas coisas, e enquanto eu tenho 22 anos, vai ser usada sim, PRA MIM, e não pra qualquer um. Sim, eu sei me comportar de minissaia, sei usar sem parecer vulgar, mas e se a outra quer ser vulgar? Isso não é problema dela. É direito dela. 
E a mim, cabe manter um posicionamento coerente, au minimale, porque não adianta nada sair por aí de cara pintada, falando sobre liberdade da mulher, direito ao aborto, proteção ao menor, direitos humanos, se quando eu realmente preciso mostrar quem sou, fico dando risadinhas.

Duas coisas:
** Uma coisa é dizer que humor negro é como braço: nem todo mundo tem.
Outra tremendamente diferente é esse tweet: @ O ruim de comer bebês é que depois q vc tira a fralda, o adesivo não volta a colar no lugar.

** Caráter é aquilo que você faz quando NINGUÉM está olhando.

4 comentários:

  1. Estou em choque...as pessoas estavam tweetando aquilo??? Não estou nada bem...mesmo...acho q vou vomitar...
    O q são estes seres? Pq humanos - já deixaram de ser há tempo!!!

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  2. falou e disse. belo texto. blog adicionado.

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