Era uma vez uma Princesa. Sim, com P maiúsculo porque o nome dela era Princesa. E era muito justo o nome que levava: pequena, graciosa, falante e sagaz. Sua pele morena cintilava, e brilhava acompanhando seus grandes olhos marrons.
Princesa não tinha muitas preocupações, e seus mimos eram feitos por uma outra princesa que lhe acompanhava. E era feliz, não de todo feliz como as histórias contam, mas aquela felicidade que é as poucos, como algo bom de beber, mas que o exagero embebeda e machuca.
Houve um tempo em que a princesa Princesa quis se arriscar, deixou seus mimos de lado e foi atrás de um passarinho, sem nome, mas que ela gostava de chamar de Bebê. Ele tinha um ar gracioso, suas penas brilhavam e seu aspecto frágil era apaixonante aos olhos daquela princesinha que não tinha medo de pular de cabeça em suas aventuras, pois sempre havia quem a segurasse. Sendo assim, Princesa se tornou mais que amiga daquele passarinho: ela virou parte dele. E, inseparáveis, eram a alegria um do outro, o porto seguro um do outro, o amor um do outro... Chegaram a ser a alma um do outro.

Por azar ou sorte, quando teve a oportunidade, Bebê bateu asas e fugiu de casa. Deixou flores, beijos, e a Princesa sozinha. Ela sentiu algo que nunca havia sentido: vertigens, dores, sangramentos internos e externos, e teve também o pior de todos os males: uma verborragia. Falou o que devia, mas não se calou quando já bastava, falou mais, e mais e mais até a exaustão, e fez com que aquele passarinho (que ainda era frágil, por mais que ela houvesse esquecido) se quebrasse em quatro partes, e esquecesse quem realmente a Princesa era, suas virtudes, suas belezas...
A injustiça daquele serzinho de personalidade forte, foi esquecer que suas atitudes geraram aquele excesso de zelo e aquela verborragia que o machucaram tanto.
Sobre Bebê, é sabido que foi pra longe, se curar.
Sobre a Princesa, sabe-se que chorou, chorou, chorou e acabou evoluindo pra nuvem.
(p.s.: texto escrito em 31.03.2011, numa aula de Literatura portuguesa II)
Ai, minha flor, se você soubesse o quanto eu te entendo... Precisamos tomar um café, preciso de uma boa conversa e de um ombro amigo pra chorar um pouco minhas pendenguinhas...
ResponderExcluirBeijoca estalada!