quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Shhhhh!


“Quando nasci veio um anjo safado, o chato do querubim, decretou que eu estava predestinado a ser errado assim. Já de saída a minha estrada entortou, mas vou até o fim.
 “inda" garoto deixei de ir à escola, cassaram meu boletim. Não sou ladrão, eu não sou bom de bola, nem posso ouvir clarim.
Um bom futuro é o que jamais me esperou. Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso, virei cantor de festim! Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso em quixeramobim.
Não sei como o maracatu começou, mas vou até o fim.
Por conta de umas questões paralelas, quebraram meu bandolim. Não querem mais ouvir as minhas mazelas e a minha voz chinfrim.
Criei barriga, a minha mula empacou, mas vou até o fim.
Não tem cigarro, acabou minha renda, deu praga no meu capim, minha mulher fugiu com o dono da venda... O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou... Mas vou até o fim
Como já disse, era um anjo safado o chato dum querubim que decretou que eu estava predestinado a ser todo ruim.
Já de saída a minha estrada entortou,mas vou até o fim.”

Essa é a letra de uma música do Chico Buarque, que se chama “Até o fim”. Sempre brinco que a minha “canhottice” vem do mesmo anjo torto do Drummond e do Chico. E quem sabe seja.
O post com o título “MENINA MIMADA”, rendeu alguns puxões de orelha, algumas broncas, algumas coisas que eu nem precisava ouvir se quem lesse estivesse atento àquilo como uma manha mesmo, e passasse por alto.
Há um tempo, ou vi uma amiga (uma das melhores) dizendo algo que achei bastante pesado na hora, mas agora faz todo o sentido. Você, que tem a casa com o teto de vidro, construída na areia, vem falar de mim, que construí a casa na rocha? É mais do que pagar minhas contas, pq isso qlqr um pode fazer. Quero ver é manter em pé os meus princípios, quero ver não ter vergonha de dizer que ama a Deus, e que o Deus no qual acredita não se importa se tomar uma latinha de cerveja, ou uma dose de vodka. Quero ver saber impor respeito mesmo quando ta de minissaia e maquiagem forte. Quero ver segurar a carência e não entregar o corpo/alma/espírito a qualquer olho verde e sorriso bonito que vê. Quero ver saber dividir sentimentos, planejar cada passo, cuidar pra não machucar ninguém, sem deixar de brincar.

Quer falar de mim, fala. Mas pensa que sempre que precisou, eu estive lá. E não, isso não é indireta pra alguém específico, mas é pra todo mundo que acha que eu sou super forte, e super estável, e consigo ouvir esse monte de merda sem ficar abalada. Não venha me chamar de inconsequente, incoerente ou instável. Mudar de opinião é sinal de crescimento, não de fraqueza. E só pra terminar, se está vendo que estou fazendo bobagem, faz como a minha Lio sempre faz: me chama pra conversar, me avisa do erro, e até briga se for necessário, mas tenha tato. Uma bela bronca motivada por amor, vale muito mais que várias “chamadas” motivadas por impulso ou invejinha. 




Um comentário:

  1. Gente falando demais é o que mais existe no mundo. Isso é fato. Para quem está de fora, todo problema tem solução. Costumo dizer isso para quem diz "porque você não saiu de casa ainda?", "porque você não investe seu dinheiro?", "você devia morar em SP.", "você devia fazer um curso x ou y" e coisas assim. Fácil é falar o que eu tenho que fazer. Difícil é fazer o que eu já faço hoje.

    Mudar é viver. Mudar sempre que necessário é sensatez, mudar sempre que lhe é imposto é fraqueza, mudar sempre que lhe dizem pra mudar é falta de personalidade.

    A verdade, é que no fundo, todo mundo foi "tocado por esse querubim", uns mais, outros menos. O problema é que muita gente se esquece e se considera padrão para os demais.

    Faça o que precisar, diga o que quiser dizer, viva o que tem que viver. Amigos são aqueles que estão aqui para te apoiar, e dar apoio não é te afundar na vida, mas ajudar a se equilibrar nela.

    Parabéns por mais um excelente texto, Canhotta!

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Falar é que lhe resta, divirta-se!