quinta-feira, 14 de julho de 2016

O Enforcado.

Ah, poesia que só vem quando a vontade de morrer vem junto.

Megera.

Costumava andar comigo toda prosa, toda rima, toda inteira.

Agora nem me vê, só vem pra me rir.
Pra zombar da minha falta de jeito, da falta de rumo, de prumo, de viço, de sexo, de orientação, de compasso.

Ah, poesia... Você já foi mais minha amiga.
Já me acalentou mais, me amou mais, me viveu mais.
Poesia a senhora já me foi mais flor, mais amor, mais verso de laranjeira.

Hoje só vem quando sabe que não tô inteira.

Achei que já tivéssemos feito as pazes, mas qual paz é a paz do poeta?

Nem paz nem paciência.

A Dona Poesia só me traz vísceras e órgãos.

Ela me troca em miúdos.


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