segunda-feira, 4 de junho de 2012

ASSASSINATO VESPERTINO

Quando eu criei esse blog, estava com a mesma sensação que estou agora. Um misto de raiva, um misto que vontade, uma pitada de dessabor e a sensação de borboletas no estômago sendo derretidas pelo ácido gástrico.
Assassinato vespertino não é só um nome, é um desejo. É um: POXA, QUE DROGA.

Não, por favor. Pela metade não. Só um pouco, não. Ou você se joga, corre todos os riscos e vê no que dá, ou fica em casa, quieto, aprendendo com o silêncio. Mas pela metade é burrice. É maldade. É covardia.

Insisto: Se assumam. Não pra mim, não pra que eu veja vocês inteiros, pq eu já vejo e isso é outra estória. Assumam pra vocês. Tomem as rédeas das próprias vidas. E aqui vai a indireta: não pague de malvadeenho, se tudo o q vc quer é ligar, é ir atrás, é ser ciumento, é pagar pra ver. Perde-se tempo demais, vida demais, sentindo superficialmente.

Assassinar palavras a tarde tende a me lavar a alma.

Lembrando que só se descobre se "ela é daquelas que tu gosta na primeira, se apaixona na segunda, e perde a linha na terceira" se tiver coragem de deixar que ela se mostre.


(palavras morrendo como se o ser lírico não tivesse que viver e se sustentar. palavras morrendo como se só dependesse delas o resto da vida. palavra renascendo tal qual encarnado que desencarna e volta.)


POÉTICA 

Estou farto do lirismo comedido 
Do lirismo bem comportado 
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. 

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. 

Abaixo os puristas. 
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais 
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção 
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis 

Estou farto do lirismo namorador 
Político 
Raquítico 
Sifilítico 
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. 

De resto não é lirismo 
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar &agraves mulheres, etc. 

Quero antes o lirismo dos loucos 
O lirismo dos bêbados 
O lirismo difícil e pungente dos bêbados 
O lirismo dos clowns de Shakespeare. 


Não quero saber do lirismo que não é libertação. 

Manoel Bandeira.


Um comentário:

Falar é que lhe resta, divirta-se!