sabe quando você é criança e desenha um elefante, mas todo mundo que vê acha que é um chapéu?
Pois é. Ainda não decidi se sou a criança, ou se sou o elefante que parece um chapéu. Mas já percebi que não caibo - de novo - dentro de mim. Aquele monte de riscos aleatórios, aquela pintura que descolorirá, aquela sensação tortuosa. Sou a estrada que não leva a lugar nenhum. Nenhum mesmo. Ou melhor (?) sou a pessoa parada numa estrada de chão, em linha reta, que só pode ir pra frente ou pra trás e ainda assim não sabe onde ir. Ainda não cansei de estar de pé, pensando em qual direção seguir.
Frustração não é bem a palavra. Desolação talvez seria.
Um dia ainda vou ser a senhora com o vestido mais bonito da festa, contando causos e historietas para os outros convidados, de todas as aventuras da minha vida, que agora ainda parecem apenas tragédias.
Despertencer dói.
Não ter coragem de ir pra frente dói.
Não ter motivos pra ir pra frente, dói.
(não poder ouvir dói ainda mais)
Não é que eu queira desistir, é que simplesmente não sei de qual lado fica a continuação da estrada, e qual o lado por onde já passei.
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